Saiba qual a real situação a UERJ em meio a uma crise profunda

Uerj. Foto: Divulgação

O SRzd pediu aos gestores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro  que respondessem a 6 perguntas que nos ajudassem a entender a profundidade da grave crise por que passa a Uerj. Veja as respostas

1 – O que a Uerj precisa para o funcionamento voltar ao normal?

A universidade precisa regularizar o pagamento de salários, 13º, bolsas estudantis e de pesquisas e o pagamento às empresas terceirizadas de limpeza, coleta de lixo, manutenção dos elevadores e do restaurante universitário.

2 – Como é feita hoje a limpeza, coleta de lixo e manutenção?

Hoje só temos 30% da limpeza, pois a empresa terceirizada que a faz, não recebe pagamento desde 2016 e colocou seus funcionários em aviso prévio. Quanto à coleta de lixo, está suspensa em toda a Universidade. Somente no Campus Maracanã esta coleta, desde a semana passada, está sendo feita pela Comlurb, motivo de agradecimento nosso à Prefeitura do RJ, que se sensibilizou com a situação da Uerj. E, quanto à manutenção dos elevadores, somente a manutenção mínima está sendo providenciada, mas a firma também denunciou o contrato por falta de pagamento.

3 – Quando será possível se retomar as aulas?

O Fórum de Diretores, juntamente com a Administração Central da Uerj, decidiu que as aulas retornarão em 2 dias após o governo regularizar a situação de manutenção geral dos serviços da Instituição, assim como oferecer um calendário de pagamento dos salários e das bolsas estudantis e de pesquisas, e um calendário de pagamento para as Empresas terceirizadas.

4 – O Governo do estado diz ter repassado R$ 180 milhões para pagamento de serviços. A Uerj confirma esta informação?

A Uerj confirma o repasse de R$189 milhões somente para custeio: isso significa bolsas estudantis; uma única cota de R$15,5 milhões para toda a manutenção e, ainda, pagamento de encargos. Foi só isso que a Uerj recebeu até agora.

5 – E o ensino, a pesquisa e os cérebros da instituição, como acertar esta equação em meio a penúria de toda a ordem?

Quanto ao ensino: paralisado sem ainda possibilidade de iniciarmos as aulas, o que significa um prejuízo grande para a Instituição como um todo, e, em especial, para os estudantes, desde o ensino fundamental e médio do Cap até os alunos de Graduação. Quanto à pesquisa: bastante prejudicada pela falta de manutenção geral da Universidade e pelo atraso, reiterado, do pagamento de bolsas de pesquisa da Faperj, tanto para a Graduação como para a Pós graduação e, também, pela falta de pagamento das bolsas de Pesquisadores. Quanto aos cérebros da universidade, eles estão sendo cooptados por outras Instituições, nacionais e internacionais, para nelas irem trabalhar.

6 – O que tem feito os Governos Federal e Estadual para ajudar a tirar a Uerj desta crise?

O governo federal nada tem feito para ajudar a Uerj. Quanto ao governo estadual, iniciou-se, na semana passada, uma nova abertura de diálogo, através do novo Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento (SECTI), que procurou a Universidade para entender melhor toda a crise pela qual vem passando, desde final de 2015, com aprofundamento dramático em 2016 e em 2017, mas nada há de concreto, até o presente momento.

Mais alguns números e informações:

DADOS UERJ 26/01/17

NÚMEROS DE ALUNOS DA UERJ (apurados em OUT/16)

Total de alunos da Graduação: 26.767 ativos
Total de Alunos de Ensino Fundamental e Médio (CAP): 1.100
Total de Alunos de Ensino a Distância (EAD): 7.266
Total de Alunos de Pós-graduação (Mestrado e Doutorado): 4.500
Total de Alunos de Especialização Lato-Sensu: 2.292
Total Geral de Alunos: 41.925
Valor da Dívida do Restaurante Universitário com a empresa que fornece serviços e alimentos: 2.586.552,69, essa dívida é referente a 8 meses.

Dívida total UERJ: R$ 360 milhões, que envolve fornecedores, custeio, manutenção, limpeza, servidores e bolsistas.

Custeio mínimo mensal da UERJ para que as atividades funcionem precariamente, sem incluir o HUPE: minimamente R$ 15 milhões/mês