Eneida Vilas Boas Costa de Moraes, apaixonada por carnaval, dedicou-se a um profundo estudo sobre o folclore brasileiro e pela cultura do povo. Foi contista, cronista, memorialista, militante política. Presa em 1935, por defender principalmente a inclusão social, foi mandada para a Casa de Correção do Rio onde conheceu o escritor Graciliano Ramos. Preso, também, por causa de suas idéias políticas e que veio a imortalizar Eneida no livro "Memórias do Cárcere".
Mesmo passando por vários momentos difíceis na sua trajetória de vida, Eneida não perdia seu encantamento pelo carnaval. Dizia ela: "É no carnaval que todas as fronteiras sociais desabam ' pretos, brancos, cafuzos, caboclos, todos em confraternização durante o reinado momesco". Essa festa e suas mudanças estão registradas no livro de sua autoria "História do Carnaval Carioca", que virou leitura obrigatória para quem quer conhecer um pouco mais sobre a folia. É uma obra indispensável sobre a história da nossa maior festa popular.
Eneida criou o "Baile do Pierrot", realizado a cada ano e levado a frente por ela, tornou-se famoso no Rio. Arrebanhava e arrastava os amigos todos os anos para o baile, todos fantasiados, ela à frente do bloco.
A autora já foi homenageada como Enredo duas vezes pelo GRES Acadêmicos Salgueiro. A primeira no ano de 1965 "História do Carnaval Carioca - Eneida" e também em 1973 com "Eneida, Amor e Fantasia". E recebeu uma outra bela homenagem do GRES Paraíso do Tuiuti em 1990 e uma reedição em 2010 com o enredo "Eneida, o Pierrot está de Volta".
A autora faleceu em abril de 1971, na cidade do Rio de Janeiro.
Um dos sambas que mais gosto do meu Sal, campeoníssimo do 4º Centenário do Rio de Janeiro, em 1965.