Eugênio

Estou cansado de ouvir dizer que não se faz mais bons sambas, que a qualidade ficou no passado e que os compositores de hoje em dia só produzem “bois com abóbora”. É a mesma conversa que eu ouvia, ainda menino, nos anos oitenta. De lá pra cá vi grandes obras nascerem e serem desprezadas por uma mídia que não abre mais espaço para as nossas músicas de carnaval como naquela época.

Há os puristas que descrêem do gênero devido ao aspecto comercial que ele ganhou. Há os que foram derrotados, ultrapassados e ainda aqueles que não gostam mesmo de samba-enredo e criticam tudo o que ouvem.

Resolvi, então, montar uma antologia dos sambas produzidos neste novo século. Todos foram para a avenida e “a meu ver” não ficam atrás de qualquer das obras valorizadas pelos saudosistas. Apenas retratam um outro estilo, uma nova época, talvez um pouco mais acelerada, mas quem disse que andamento é qualidade?

Não escalei neste time nenhuma das inúmeras maravilhosas obras derrotadas pelo sistema falido de disputa que vivemos hoje em dia. Estes valem uma lista em separado que prometo apresentar aqui em breve.

Foram escolhidos vinte sambas de excelente nível. Não coloquei nenhum deste ano porque a safra ainda está muito recente, é preciso um tempo maior de maturação. Você pode discordar de um ou outro, mas terá pelo menos quinze belas obras para fazer um grande CD. Confira a lista baixo, acrescente ou corte o que você quiser.

2001 – Beija-Flor: A Saga de Agotime. Maria, Mineira, Naê

2001 – Império Serrano: O Rio corre pro mar

2001 – Paraíso do Tuiuti: Um Mouro no quilombo

2001 – Boi da Ilha: Orun Ayê

2001 – Unidos Do Cabuçu: Cabuçu canta e encanta com o canto das sereias

2002 – Mangueira: Brazil com ?Z? é cabra da peste. Brasil com ?S? é a nação do Nordeste

2002 – Cubango: África, o exuberante paraíso negro

2003 – Viradouro: A Viradouro canta e conta Bibi ? Uma homenagem ao teatro brasileiro

2003 – Unidos Da Tijuca: Agudás

2003 – Vila Isabel: Oscar Niemeyer, o arquiteto no recanto da princesa

2004 – Beija-Flor: Manõa, Manaus, Amazônia, terra Santa: Alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a Paz

2004 – União De Jacarepaguá: Rio De Janeiro, o Rio que o mundo inteiro ama

2005 – Cubango: O fruto da África de todos os Deuses no Brasil de fé. Candomblé…

2006 – Mangueira: Das águas do São Francisco, nasce um Rio de esperança

2006 –  Arranco: Gueledés, o retrato da alma

2007 – Beija-Flor: Áfricas, do Berço Real à corte brasiliana

2007 – Mangueira: Minha língua é minha pátria, Mangueira, meu grande amor. Meu samba vai ao lácio e colhe a última flor

2007 – Porto Da Pedra: Preto e branco a cores

2007 – Salgueiro: Candaces

2007 – Arranco: A sinfonia brasileira das quatro estações

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